Transtornos Depressivos
Corriqueiramente usamos o termo “depressão” para nomear um conjunto de sintomas depressivos. Mas você sabia que existe mais que um tipo de depressão?
Dentre os transtornos depressivos, estão o transtorno depressivo maior (TDM), o transtorno depressivo persistente (TDP) e o transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). Além destes, existe também a depressão bipolar, que abordarei no texto sobre Transtorno Bipolar.
O mais comum dos transtornos depressivos é o TDM, em que a pessoa apresenta humor deprimido (tristeza, sensação e vazio ou sem esperança) e/ou redução na capacidade de sentir prazer ou interesse em suas atividades, associado a outros sintomas, como aumento ou redução do apetite, alterações de sono, agitação ou lentificação psicomotora, fadiga, sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva, prejuízo na concentração e pensamentos recorrentes de morte. Embora todos esses sintomas possam estar presentes, cinco deles são suficientes para o diagnóstico, e eles devem ocorrer na maioria dos dias, por pelo menos duas semanas, gerando sofrimento ou prejuízo em uma ou mais áreas da vida da pessoa.

A causa geralmente é multifatorial, podendo haver contribuição de fatores genéticos, ambientais (eventos estressores), psicológicos e hormonais. Alguns medicamentos, drogas e outras doenças (como o hipotiroidismo) também podem desencadear ou agravar a depressão.
O tratamento adequado é muito importante, uma vez que as pesquisas mostram que a cronicidade dos sintomas aumenta a chance de desenvolvimento de outros transtornos psiquiátricos, e quanto mais episódios a pessoa apresenta ao longo da vida, maior a chance de recorrência no futuro.
O TDP é uma forma mais crônica da depressão, com menos sintomas depressivos, mas por um período de pelo menos dois anos. É comum que as pessoas com TDP descrevam seu humor como triste ou “na fossa”, e muitos acreditam que esse é o “seu jeito de ser”, por estarem “acostumados” com os sintomas.
No TDPM, pelo menos cinco sintomas devem estar presentes na semana anterior a menstruação. Alguns deles são mudanças de humor, ansiedade, sentimentos de estar nervosa ou no limite, redução do interesse nas atividades habituais, dificuldade em se concentrar, lentificação psicomotora, falta de energia, alterações de sono e/ou apetite e sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço das mamas, dor nas articulações, músculos, sensação de “inchaço” ou ganho de peso. Os sintomas costumam melhorar ou desaparecer na semana após a menstruação, e devem causar sofrimento ou prejuízo em suas atividades. De acordo com algumas estimativas, até 5% das mulheres podem apresentar esse transtorno.
Nos quadros com sintomas leves, o tratamento indicado é a psicoterapia. Já nos casos moderados ou graves, quando há sofrimento e/ou prejuízos significativos na vida, há indicação do tratamento farmacológico associado a psicoterapia.