Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é entendido como um transtorno do neurodesenvolvimento, que tem origem em perturbações dos processos iniciais do desenvolvimento cerebral, com forte influência de fatores genéticos de suscetibilidade.
A característica essencial do transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade que interfere no funcionamento ou no desenvolvimento da pessoa.
A desatenção pode se manifestar como divagação em tarefas, falta de persistência, dificuldade de manter o foco e desorganização, não sendo consequência de desafio ou falta de compreensão. A hiperatividade refere-se a atividade motora excessiva (como uma criança que corre por tudo) quando não apropriado ou remexer, batucar ou conversar em excesso. Nos adultos, a hiperatividade pode se manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade. Já a impulsividade pode ser manifestada com ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e com elevado potencial para dano à pessoa (atravessar uma rua sem olhar) e com comportamentos como intromissão social (interromper os outros em excesso) e/ou tomada de decisões importantes sem considerações acerca das consequências no longo prazo (assumir um emprego sem informações adequadas).

O TDAH começa na infância, e parte dos sintomas devem ocorrer antes mesmo dos 12 anos de idade, e devem ocorrer em mais de um ambiente (por exemplo, em casa e na escola, trabalho). Uma parcela das pessoas deixa de apresentar o quadro com todos os sintomas necessários para o diagnóstico inicial, permanecendo com alguns dos sintomas na vida adulta, enquanto outros deixam de apresentar a sintomatologia. A estimativa de prevalência é de 5% nas crianças e adolescentes e 2,5% nos adultos.
Na vida adulta, é frequente a busca por tratamento médico em função de comorbidades (outros transtornos que podem ser encontrados nas pessoas com TDAH), como abuso de substâncias, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno explosivo intermitente e transtorno da personalidade antissocial, assim como pelos prejuízos acarretados pelo transtorno como dificuldades os relacionamentos interpessoais, ou do sofrimento gerado pelas limitações impostas pelos sintomas.
Em adultos, terapia comportamental e tratamento medicamentoso são as duas modalidades de tratamento que se mostraram eficazes para os sintomas do TDAH.